Dra. Marina Campana – Pediatra Neonatologista e Pediatria integrativa

Ser pai ou mãe é estar em alerta constante. Qualquer mudança no comportamento, na alimentação ou no sono do filho pode acender um sinal de preocupação. Mas, afinal, quando é hora de levar a criança ao pediatra? Nem sempre é fácil saber se um sintoma é apenas algo passageiro ou se merece uma avaliação mais breve.

Neste artigo, vamos falar sobre 7 sinais importantes que indicam que seu filho deve ser examinado por um pediatra. Acompanhe até o fim e veja como o acompanhamento profissional pode fazer toda a diferença na saúde e no bem-estar das crianças.

1. Febre persistente ou muito alta

A febre é um dos sintomas mais comuns da infância — e uma das principais causas de visitas ao consultório pediátrico. Embora na maioria das vezes esteja relacionada a infecções virais leves, quando a febre dura mais de 48 a 72 horas ou atinge temperaturas muito altas (acima de 39°C) ou vem acompanhada de outros sintomas importantes, ela precisa ser investigada.

Sinais de alerta incluem:

                •             Febre que não cede com antitérmicos

                •             Sonolência excessiva ou irritabilidade

                •             Dificuldade para respirar

                •             Vômitos persistentes

Dica do pediatra: Nunca medique por conta própria antibióticos ou anti-inflamatórios sem orientação médica. A febre é apenas um sintoma, e a causa precisa ser corretamente identificada. Lembrando que nem toda febre precisa ser medicada.

2. Falta de apetite prolongada

É normal que o apetite das crianças varie, especialmente em momentos de crescimento ou durante doenças passageiras. No entanto, quando a falta de apetite é constante, vem acompanhada de perda de peso, palidez, fraqueza ou outros sintomas, ela merece atenção.

Essa situação pode indicar desde infecções intestinais, anemia, parasitoses ou até problemas emocionais, como ansiedade ou estresse.

Quando buscar ajuda:

Se seu filho está recusando alimentos há vários dias, está mais apático ou perdeu peso, agende uma consulta para uma avaliação detalhada.

3. Vômitos e diarreia intensos ou com sangue

Vômitos e diarreia são comuns na infância, mas devem ser tratados com cuidado. O maior risco, especialmente em bebês e crianças pequenas, é a desidratação.

Fique atento a sinais como:

                •             Vômitos persistentes (mais de 3 episódios em poucas horas)

                •             Diarréia com sangue ou muco

                •             Letargia, olhos fundos, boca seca

                •             Urina escassa ou escura e ausência de xixi

A hidratação oral é importante, mas em casos mais graves pode ser necessária hidratação venosa em ambiente hospitalar.

4. Tosse persistente ou dificuldade para respirar

Tosses esporádicas são normais, mas se forem persistentes (por mais de 7 dias), acompanhadas de chiado no peito, cansaço, respiração acelerada ou dificuldade para dormir, o ideal é procurar atendimento.

Doenças como asma, bronquiolite, pneumonia e laringite são causas frequentes desses sintomas.

O que observar:

                •             Uso da musculatura abdominal para respirar ou do pescocinho

                •             Narinas abrindo muito durante a respiração

                •             Cor arroxeada nos lábios ou unhas

Importante: em casos de falta de ar evidente, leve a criança imediatamente ao pronto-atendimento.

5. Alterações no comportamento ou no sono

Você conhece seu filho melhor do que ninguém. Mudanças repentinas no comportamento, como irritabilidade extrema, apatia, agressividade, isolamento, medo excessivo ou alterações marcantes no sono, podem indicar que algo não vai bem — e nem sempre está relacionado a doenças físicas.

Em muitos casos, o pediatra pode ser o primeiro profissional a identificar sinais de transtornos emocionais, dificuldades escolares ou distúrbios do desenvolvimento.

Vale a pena marcar uma consulta se:

                •             A criança está com dificuldades de socialização

                •             Passou a regredir em comportamentos (voltar a fazer xixi na cama, por exemplo)

                •             Dorme mal há semanas, com muitos pesadelos ou medo de dormir sozinho.

6. Erupções na pele (manchas, bolinhas ou feridas)

Nem toda manchinha na pele é sinal de alarme, mas algumas lesões devem ser avaliadas o quanto antes. Rash cutâneo (manchas vermelhas), bolhas, coceiras intensas, feridas que não cicatrizam ou manchas roxas sem trauma aparente são motivos para buscar atendimento.

Causas possíveis:

                •             Alergias alimentares ou de contato

                •             Infecções virais (como exantema súbito, roséola, varicela)

                •             Doenças mais graves (como púrpura ou meningite)

Atenção: febre + manchas na pele pode ser um sinal de alerta. Não hesite em buscar avaliação médica.

7. Atrasos no desenvolvimento

Cada criança tem seu tempo, mas existem marcos do desenvolvimento infantil que servem como referência para saber se tudo está ocorrendo como esperado. Atrasos na fala, dificuldade para andar, falta de interação social, ausência de contato visual ou de resposta ao nome podem indicar a necessidade de investigação.

Quando procurar o pediatra:

                •             Se um bebê de 6 meses ainda não sustenta bem a cabeça

                •             Se a criança não fala nenhuma palavra aos 2 anos

                •             Se parece estar sempre distraída, sem interagir com outras crianças

Quanto mais cedo for feita a identificação, maiores são as chances de sucesso em possíveis intervenções.

A importância do acompanhamento regular

Além dos sinais que indicam necessidade de consulta imediata, é fundamental lembrar que o acompanhamento pediátrico regular, mesmo quando a criança está saudável, é essencial. Nessas consultas de rotina, o pediatra avalia crescimento, desenvolvimento, calendário vacinal, alimentação, sono e comportamento — tudo com foco na prevenção de doenças e promoção de saúde.

As consultas regulares permitem:

                •             Detectar problemas precocemente

                •             Esclarecer dúvidas dos pais

                •             Criar um vínculo de confiança com a criança e a família

Conclusão: ouça sua intuição e procure ajuda quando necessário

Como pais, vocês são os maiores observadores dos filhos. Se algo parece fora do normal, se o instinto diz que “tem algo errado”, não hesite em buscar orientação médica. Eu acredito que os pais sempre tem razão e eles são os maiores conhecedores de seus filhos! Se os pais consideram que alguma coisa mudou – ficamos mais agtentos assim como também muitas vezes, um simples exame clínico já traz tranquilidade e evita complicações futuras.

Na dúvida, é sempre melhor pecar pelo cuidado do que pela omissão. Estou aqui para te ajudar — não só nos momentos de doença, mas em todo o caminho do crescimento e desenvolvimento da criança.

Estou pronta para cuidar da saúde do seu filho com carinho, atenção e conhecimento.

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